Mapa recria Comissão voltada à sustentabilidade do agronegócio

Mapa recria Comissão voltada à sustentabilidade do agronegócio

Para propor a inovação nas políticas públicas voltadas à sustentabilidade no campo e dar visibilidade a projetos de sucesso nesse segmento, foi reformada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio (CDSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A portaria publicada na edição de ontem (5), do Diário Oficial da União, detalha as atribuições da CDSA.

Segundo o assessor especial do Mapa para meio ambiente e sustentabilidade, João Campari, “o Brasil tem avançado a passos largos na sua política ambiental, mas ainda precisa encontrar recursos que a viabilizem em nível das propriedades rurais.

As ONGs ambientalistas mais arrojadas vêm formando alianças importantes com produtores rurais, empresas e com o setor financeiro para buscar soluções inovadoras nesse sentido”.

Segundo ele, a CDSA se propõe a aprender com esses esforços e a trabalhar para transformar modelos viáveis em política pública agro-ambiental – que financie e remunere o produtor rural brasileiro pelos serviços ambientais prestados por propriedades rurais bem manejadas.
A comissão irá também acompanhar todas as demandas que chegam ao Mapa relacionadas aos temas de meio ambiente e sustentabilidade da atividade agropecuária, analisando, recomendando encaminhamentos e ajudando os parlamentares na tomada de decisão.
A CDSA estará subordinada diretamente à Secretaria Executiva do Mapa (coordenadora da CDSA) e contará com a participação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além de outros órgãos do Mapa, a CDSA buscará parcerias com outros ministérios, setor privado e ONGs.

MAPA DA QUALIDADE – um panorama da qualidade do leite do Sudeste Brasileiro

A fim de fornecer informações estratégicas para indústrias, governos, sindicatos, cooperativas ou qualquer outro elo da cadeia produtiva do leite, a Clínica do Leite, programa do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), em Piracicaba, está lançando o Mapa da Qualidade, que contempla dados do leite que é produzido no Sudeste do Brasil, uma publicação que tem como objetivo contribuir com a construção de políticas públicas assertivas e o aprimoramento de programas de melhoramento da qualidade do leite.
“Este trabalho de diagnóstico de qualidade do leite é um dos componentes básicos para que possamos cumprir a nossa missão, que é ajudar a pecuária de leite a melhorar a produtividade e a qualidade, por meio de conceitos de gestão pela qualidade total. Sem dados e informação não é possível identificar os problemas e agir para corrigi-los”, aponta Paulo Fernando Machado, professor do Departamento de Zootecnia da ESALQ e coordenador da Clínica do Leite.
“O setor sempre demandou informações precisas sobre a situação atual da qualidade do leite e sua evolução nos últimos anos. Trabalhamos de forma intensa nos últimos 15 anos para que pudéssemos ter um banco de dados sólido e, a partir dele, gerar informações úteis para toda a cadeia”, aponta Laerte Dagher Cassoli, gerente técnico e pesquisador da Clínica do Leite.

Hoje a Clínica do Leite analisa aproximadamente 30% do leite cru produzido no Brasil, e compõe a Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sendo também acreditado pelo Inmetro na ISO 17.025.
Em 2016 serão lançadas quatro edições. A primeira publicação trata da Contagem de Células Somáticas (CCS), que é o indicador de sanidade da glândula mamária e da incidência de mastite nos rebanhos. Nas três edições seguintes serão apresentadas informações sobre a composição do leite, contagem bacteriana e resíduos de antibióticos.

“Cada uma das quatro edições será revisada e publicada anualmente, incorporando-se as informações do último ano. Além disso, o Mapa da Qualidade tem uma licença Creative Commons, que flexibiliza o uso da informação que está sendo disponibilizada, ou seja, permite que essas informações possam ser usadas de forma livre para que ela permeie toda a cadeia”, explica Henrique Zaparoli Marques, pesquisador da Clínica do Leite.

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